Estou retornando as minhas postagens nas redes sociais e graças a Deus, recuperado e com força total! Sendo assim, para começar gostaria de compartilhar com todos esta matéria escrita pelo Jornalista Vinícius Brito, à qual conta um pouco do que vivi em um dos momentos mais difíceis de minha vida. Espero que gostem, participem e compartilhem com os amigos as futuras postagens. Para não perder o costume "TUTUFUM AGORA É SÉRIO!"
No mundo do samba, se diz que o coração de uma escola é a bateria. É ela o músculo pulsante que dita o ritmo e dá o sangue ao resto do corpo. Sem bateria, não há alma, não há coração. Não há samba. Em 2012, o Império da Zona Norte entrará na avenida para o Carnaval de Porto Alegre com dois corações.
Um deles, é claro, será mais uma vez a sua bateria, tocando em compasso binário e batizada com toda adequação como Pulsação de Leão. O outro, estará batendo forte no peito daquele que é a voz dos milhares de devotos que seguirão a procissão imperiana no Porto Seco. É o coração valente de Sandro Ferraz, intérprete da escola desde 2008.
Um deles, é claro, será mais uma vez a sua bateria, tocando em compasso binário e batizada com toda adequação como Pulsação de Leão. O outro, estará batendo forte no peito daquele que é a voz dos milhares de devotos que seguirão a procissão imperiana no Porto Seco. É o coração valente de Sandro Ferraz, intérprete da escola desde 2008.
Em dezembro, este coração exagerou na valentia e deu um susto em todos os sambistas. Foi na Mostra de Sambas-Enredo, realizada na quadra do Império em dezembro. Com um de seus tantos trajes impecáveis, Sandro subiu ao palco para mais uma vez puxar o coro de milhares de pessoas. E puxou.
Antes, soltou com vibração seus tradicionais bordões, como "scuriba" e "tutufun". Depois, logo partiu com o samba-enredo. Mas o coração acelerou demais. Levou o samba com dor no peito o tempo todo e sentiu o ar minguando a cada verso... assim como o seu sorriso aberto.
Do palco, ele desceu para o Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre. Lá, a dor virou uma insuportável queimação. Acabou indo imediatamente para a mesa de cirurgia, onde lhe anestesiaram e colocaram um stent, que é uma mola usada para abrir a artéria e normalizar o fluxo de sangue no coração.
Quando acordou, estava em uma cama de hospital, cercado de médicos e enfermeiros e cheio de fios ligados ao corpo, medindo tudo que fosse possível. E por mais de duas semanas, assim foi a vida dele. Trocou o brilho dos ternos cheio de pedras por uma camisola de UTI. O som de cavaquinhos e tambores deu lugar ao bipe repetitivo dos equipamentos que controlavam seus batimentos. E o churrasco suculento das madrugadas foi substituído por comida de hospital, que tem o incomparável gosto de... comida de hospital!
Enquanto se recuperava, muitos torceram por ele. Outros poucos, ficaram de olho em seu lugar. Mesmo tendo como maior experiência em medicina idas sazonais à farmácia para comprar Aspirina, teve gente que deu diagnósticos definitivos pondo fim a sua carreira. Substitutos? Arranjaram-lhe mais de dez.
Pois o Sandro voltou. Está firme, forte e continua sendo um adorável marrento a cantar pelas quadras da vida. Seu balanço quase carioca continua intacto, assim como a malemolência pra lá de particular. Tudo combinado à voz metálica e levemente rouca que faz Sandro Ferraz ser Sandro Ferraz. Este ano, ele inventou de dizer que quem não está com ele, está "xaropeado". E está com toda razão.
Muito samba, coração valente!
Antes, soltou com vibração seus tradicionais bordões, como "scuriba" e "tutufun". Depois, logo partiu com o samba-enredo. Mas o coração acelerou demais. Levou o samba com dor no peito o tempo todo e sentiu o ar minguando a cada verso... assim como o seu sorriso aberto.
Do palco, ele desceu para o Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre. Lá, a dor virou uma insuportável queimação. Acabou indo imediatamente para a mesa de cirurgia, onde lhe anestesiaram e colocaram um stent, que é uma mola usada para abrir a artéria e normalizar o fluxo de sangue no coração.
Quando acordou, estava em uma cama de hospital, cercado de médicos e enfermeiros e cheio de fios ligados ao corpo, medindo tudo que fosse possível. E por mais de duas semanas, assim foi a vida dele. Trocou o brilho dos ternos cheio de pedras por uma camisola de UTI. O som de cavaquinhos e tambores deu lugar ao bipe repetitivo dos equipamentos que controlavam seus batimentos. E o churrasco suculento das madrugadas foi substituído por comida de hospital, que tem o incomparável gosto de... comida de hospital!
Enquanto se recuperava, muitos torceram por ele. Outros poucos, ficaram de olho em seu lugar. Mesmo tendo como maior experiência em medicina idas sazonais à farmácia para comprar Aspirina, teve gente que deu diagnósticos definitivos pondo fim a sua carreira. Substitutos? Arranjaram-lhe mais de dez.
Pois o Sandro voltou. Está firme, forte e continua sendo um adorável marrento a cantar pelas quadras da vida. Seu balanço quase carioca continua intacto, assim como a malemolência pra lá de particular. Tudo combinado à voz metálica e levemente rouca que faz Sandro Ferraz ser Sandro Ferraz. Este ano, ele inventou de dizer que quem não está com ele, está "xaropeado". E está com toda razão.
Muito samba, coração valente!
* Vinicius Brito, colunista do G1 RS, é jornalista e apaixonado por samba e Carnaval. Desde 2008, é compositor de sambas-enredos.
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